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Publicidade odontológica nas redes sociais: por que o Instagram virou o principal ponto de risco ético para dentistas

Saiba como funciona a fiscalização do CRO no Instagram e quais cuidados evitam riscos éticos na publicidade odontológica

Lorran serrano advogado dos dentistas
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19/12/2025

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3 minutos

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A presença nas redes sociais se tornou parte da rotina de quem quer crescer na odontologia. É no Instagram que o paciente conhece a clínica, forma sua primeira impressão sobre o dentista e decide se vai ou não entrar em contato.

Vídeos, antes e depois, depoimentos e anúncios fazem parte desse cenário. Mesmo quando não existe uma intenção comercial explícita, o conteúdo publicado constrói posicionamento, autoridade e percepção de valor. O problema é que, junto com essa exposição, aumentaram também as notificações e processos éticos relacionados à publicidade odontológica.

Para entender por que isso acontece e como reduzir esses riscos na prática, conversamos com Lorran Serrano, advogado e especialista em Direito Médico e Odontológico, que acompanha de perto a rotina de fiscalização dos Conselhos e a realidade dos dentistas nas redes sociais.

Segundo ele, hoje o Instagram é o principal ponto de atenção do CRO quando o assunto é ética na odontologia.

Fiscalização, visibilidade e o novo cenário da odontologia digital

Durante muito tempo, muitos profissionais acreditaram que só seriam notificados caso alguém fizesse uma denúncia formal. Esse cenário, no entanto, mudou nos últimos anos.

Lorran explica que hoje a fiscalização acontece de forma ativa. Ou seja, não depende exclusivamente de denúncias. O próprio Conselho acessa os perfis dos dentistas nas redes sociais, analisa os conteúdos publicados e identifica possíveis infrações às normas éticas.

“Hoje eu vejo muito mais fiscalização do próprio Conselho do que denúncias. O fiscal tem acesso à lista de dentistas da cidade, procura os perfis nas redes sociais e analisa o conteúdo. Pela interpretação deles, sempre vão encontrar algum ponto de atenção.”

Na prática, isso significa que estar presente no Instagram é também estar sujeito à análise do Conselho. Muitos dentistas recebem notificações mesmo sem nunca terem passado por uma denúncia formal.

As denúncias continuam existindo e seguem sendo um instrumento legítimo para apuração de condutas que possam ferir o Código de Ética. Elas podem partir de pacientes, de outros profissionais da odontologia ou de áreas da saúde correlatas, especialmente em temas mais sensíveis, como a estética facial.

Ainda assim, Lorran reforça que, hoje, a fiscalização direta e rotineira dos Conselhos tem um peso maior no volume de notificações do que as denúncias pontuais.

“Muita gente acha que só é notificado quando alguém denuncia, mas hoje o que mais gera processo é a fiscalização ativa.”

Ou seja, não se trata apenas de conflitos ou questionamentos externos. A exposição nas redes sociais, quando não observa cuidados básicos de comunicação ética, já é suficiente para colocar o profissional sob análise.

Os erros mais comuns na publicidade odontológica

Grande parte das infrações éticas não acontece por má-fé. Elas surgem de descuidos simples e de interpretações equivocadas sobre o que pode ou não ser feito no marketing odontológico.

Segundo Lorran, muitos problemas começam antes mesmo do primeiro post.

“O principal já começa na bio do Instagram. Nome, cirurgião-dentista, número do CRO. Se não tiver especialidade registrada, precisa colocar clínico geral. Você pode dizer que trabalha com estética, mas não pode se intitular especialista.”

Existe uma diferença clara entre poder realizar um procedimento e poder fazer publicidade dizendo que é especialista naquela área. Confundir essas duas coisas é um dos erros mais frequentes.

Outro ponto de atenção está no uso dos perfis.

“Se o Instagram for CNPJ, no nome da clínica, não pode postar antes e depois. Muita gente faz isso e acaba sendo condenada em processo ético.”

Esses detalhes, que parecem pequenos, são suficientes para gerar notificação quando analisados pelo CRO.

Antes e depois, depoimentos e o limite da ética

O uso de antes e depois ainda gera insegurança em muitos profissionais. Mas, para Lorran, o problema raramente está na imagem em si.

“O antes e depois pode. O problema é a autopromoção. Quando o dentista começa a dizer que só ali o paciente vai ser feliz, que só ele entrega aquele resultado, aí vira infração ética.”

Mostrar um caso clínico, contextualizar o tratamento e apresentar o resultado é diferente de se colocar como único, melhor ou indispensável. O excesso de superlativos, promessas e frases de impacto é o que transforma o conteúdo em risco.

“Não é o que você escreve na legenda que traz o paciente. É o resultado. O melhor vendedor é aquele que não parece que está vendendo.”

Essa lógica vale também para depoimentos e provas sociais. O foco deve estar na experiência do paciente, não na exaltação do profissional.

Valores, descontos e sorteios: onde muitos dentistas se confundem

Outro ponto recorrente de notificações está na comunicação comercial.

Lorran explica que a regra é mais simples do que parece, mas frequentemente mal interpretada.

“Valor não pode. Desconto pode. Você pode falar em percentual, campanha, condição especial. O que não pode é colocar preço.”

O mesmo vale para sorteios. Produtos, brindes e itens de valor são permitidos. Procedimentos odontológicos, não. Mesmo quando a ação parece inofensiva, interpretações equivocadas podem gerar dor de cabeça.

Recebi uma notificação do CRO. O que fazer?

Ao receber uma notificação, o primeiro passo não é pânico, nem apagar tudo imediatamente.

“Recebeu a notificação, leia. Entenda o que o CRO acha que você errou. Depois, busque uma orientação jurídica, nem que seja uma consulta.”

A partir disso, o dentista precisa tomar uma decisão estratégica. Ajustar completamente a comunicação para seguir a interpretação mais restritiva do Conselho ou assumir determinados riscos, de forma consciente.

“Não existe caminho sem risco. Existe risco calculado.”

Cada escolha tem consequências, e o pior cenário costuma ser agir sem entender o contexto.

Inteligência artificial e o novo risco invisível

Com o avanço da inteligência artificial no marketing odontológico, surgiu um novo ponto de atenção.

“A IA deixa o dentista folgado. Você pede o texto, ela faz, você para de ler. Só que a IA não é advogada, não é dentista e não responde processo.”

Textos e imagens gerados automaticamente podem conter autopromoção, mercantilização ou promessas indevidas sem que o profissional perceba. A responsabilidade, no entanto, continua sendo de quem publica.

“Use a IA para ajudar, mas confira tudo. Se der problema, não adianta dizer que foi a IA.”

Bom senso ainda é a regra mais segura

No fim, a melhor proteção ainda é o bom senso aplicado à comunicação.

“Se você não se autopromover, se não se vangloriar, você diminui muito a chance de um processo ético.”

A odontologia mudou, o marketing odontológico evoluiu e a fiscalização também. Estar presente nas redes sociais é quase indispensável, mas fazer isso com estratégia, consciência e responsabilidade é o que diferencia quem cresce de forma sustentável de quem vive lidando com notificações e processos.

Leia também: Dentista vs Futuro: a nova realidade da odontologia e o que ela exige

Onde a organização da clínica ajuda a reduzir riscos

Grande parte dos problemas relacionados à publicidade odontológica não nasce apenas do conteúdo publicado, mas da falta de organização dos processos internos da clínica.

Quando o dentista não tem clareza sobre seu fluxo de atendimento, documentação, comunicação com o paciente e histórico de informações, a insegurança transparece também nas redes sociais. Isso se reflete em postagens confusas, mensagens exageradas e tentativas de compensar falhas de processo com marketing agressivo.

Ter uma estrutura organizada facilita não só a rotina clínica, mas também a forma como o profissional se posiciona publicamente. Comunicação clara, informação centralizada e processos bem definidos reduzem improvisos e diminuem o risco de infrações éticas.

É nesse ponto que a Capim se conecta ao dia a dia do consultório.

Leia também: Prontuário odontológico: a base da segurança jurídica na sua clínica

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Lorran Serrano

Lorran Serrano, reconhecido como Advogado dos Dentistas, é uma das maiores referências no Brasil em Direito Médico, Odontológico e Estética. Especialista em Blindagem Emocional, Segurança Jurídica e Documentação, protege e defende cirurgiões-dentistas de todo o país.

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