Aprenda sobre sedação consciente na odontopediatria com a Dra. Julia Toniolo
Confira a trajetória da Dra. Julia Toniolo e entenda mais sobre os benefícios da sedação consciente nos atendimentos
A escolha da carreira é um momento de grande importância na vida de qualquer pessoa. Enquanto algumas já sabem o que desejam desde muito jovens, outras encontram seu caminho com o tempo. Após essa decisão, é fundamental manter o foco, dedicando-se tanto às disciplinas oferecidas na faculdade quanto a temas complementares, como gestão, que frequentemente não fazem parte da grade curricular de cursos como odontologia.
Neste artigo, apresentamos uma entrevista com a Dra. Júlia Toniolo, mestra e especialista em odontopediatria. Ela compartilha sua trajetória, desde os anos de faculdade até o estágio atual de sua carreira, abordando desafios enfrentados na transição profissional, o impacto das redes sociais no exercício da profissão, a prática da sedação consciente e outros aspectos relevantes.
Conheça a Dra. Julia Toniolo
Com 33 anos, a Dra. Julia Toniolo é odontopediatra, formada em odontologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Além disso, é especialista em odontopediatria pela Universidade de São Paulo (USP); mestra em odontopediatria pela UFRGS; e pós-graduada em ortopedia funcional dos maxilares pela Sociedade Brasileira de Correções Odonto-Maxilares (SOBRACOM).
Apesar da dificuldade em encontrar espaço num mercado difícil para colocação (principalmente durante a pandemia), conseguiu, por meio de seu desenvolvimento profissional identificar, as especializações e técnicas que se tornaram seus diferenciais.
Dentre eles, ela destaca a sedação consciente como forma de promover um atendimento mais humanizado e seguro para as crianças e seus pais. “Eu tive dois grandes divisores de água, a gente acha que é a especialização, mas não, porque eu já trabalhava com a odontopediatria. Meus dois divisores de água foram a ortopedia em função de não só me dar uma frequência maior de pacientes, como também um valor muito maior de mercado”, revela.
Confira a entrevista na íntegra logo abaixo!
Entrevista com a odontopediatra Dra. Julia Toniolo
Capim: Como foi o começo da sua atuação profissional?
Dra. Julia Toniolo: ‘’Eu defendi o mestrado no dia 6 e começou a pandemia no dia 14 de março de 2020.. Eu saí do mestrado e fui para um mercado num momento horrível. Ninguém contratava, só mandavam gente embora, porque ninguém ia pro dentista durante a pandemia.
Eu procurava por clínicas odontológicas no Google e no Instagram e mandava mensagens oferecendo meus atendimentos. Até que chamei uma colega do mestrado e perguntei se teria algum dia para eu atender na clínica dela. Eu atendia um paciente no mês, outro paciente no outro mês, foi bem complicado e fui tentando trabalhar do jeito que dava.
Contudo, eu não sei o que acontece, mas parece que depois que tu termina a especialização as coisas melhoram. Eu acho que é uma força divina que joga uma luz sobre ti e as coisas eventualmente melhoram.
Aí, eu comecei a trabalhar mais e a ortopedia entrou também [no meu escopo de atuação], o que deu uma recorrência maior de pacientes. Tu pega um outro nível, pois, hoje em dia, temos crianças com incidência de cáries muito menor, só que a necessidade de ortodontia é generalizada, então tudo isso deu uma mudada’’.
Capim: Como foi essa transição entre a vida acadêmica e profissional? Afinal, muito raramente as faculdades de odontologia se preparam para lidar com as questões administrativas, financeiras e fiscais.
Dra. Julia Toniolo: “Aprendemos muito errando e conforme as necessidades. Quando me formei não sabia que precisaria ter uma empresa, como declararia meus impostos.
Por exemplo, uma chefe minha certo dia me disse que eu precisaria abrir uma RPA [Recibo de Pagamento Autônomo] e eu não fazia ideia do que era. Depois, em outra empresa, me pediram para abrir um CNPJ, porque não dava mais para ser RPA, o que fez necessário eu ir atrás de um contador. Então, você meio que vai descobrindo tudo isso de acordo com as necessidades”.
Capim: Você atende em consultório particular desde sempre? Quais foram os principais desafios para conseguir construir sua base de clientes?
Dra. Julia Toniolo: “Eu demorei muito tempo para começar a atender no particular e essa é uma das coisas que eu mais me arrependo. Todo mundo que se forma eu digo: alugue um turno e vai atender particular no primeiro mês, porque eu demorei muito tempo. Fiquei no mestrado por 2 anos e quando terminei e ia mesmo trabalhar, foi bem na época que começou a pandemia.
A odontopediatria não é uma especialidade fácil. Por exemplo, eu não sou mãe, então eu não tenho muitas outras mães no meu círculo social, então é uma especialidade difícil [de começar e conseguir as primeiras indicações]. É demorada para começar a fluir”.
Quem mais te indica pacientes no início são os seus colegas da faculdade, que começam a te indicar os primos e sobrinhos. Tem mães que vêm pelas redes, mas muitas vão por indicação. As mães elas se indicam muito e o bom da indicação é que sempre vai ser um paciente que é do teu nicho mesmo.’’
Capim: E como foi o desenvolvimento das habilidades e competências para atender crianças e cumprir as expectativas dos pais?
Dra. Julia Toniolo: “Eu acho que a experiência para a maioria de nós dentro das faculdades é que o paciente é mais difícil. Fazemos a estabilização ou o procedimento de qualquer forma. Isso é uma coisa que funciona dentro da faculdade, depois a gente se forma e descobrimos que na vida real os pais não aceitam isso muito bem, então precisamos ir mudando a forma como fazemos a odontopediatria.
Eu comecei a fazer essa transição quando cheguei na especialização, lá também tinha a estabilização, mas eu comecei a entrar em contato com outras pessoas e outros profissionais de outros lugares que começaram a me passar percepções diferentes.
Uma coisa que mudou muito para mim foi quando a minha irmã nasceu. Eu tenho uma irmã de 5 anos e, depois que ela nasceu, passei a pensar muito: ‘Eu iria fazer desse jeito se fosse com ela?’.
Também, eu sempre tive muita vontade de fazer o curso de sedação, por exemplo, mas eu fui fazer mesmo, porque comecei a ver que essa coisa de segurar a criança e fazer [o procedimento] a todo custo não se sustenta na vida real. É ruim para as crianças,para os pais e, ninguém pensa nisso, mas é ruim para o dentista também.’’
Capim: Transparência com os pais também é importante para evitar intercorrências que levem a atritos jurídicos, né? Até levando em conta como aumentaram os processos contra dentistas ao longo dos últimos anos.
Dra. Julia Toniolo: “No início deste ano [2024], eu procurei uma consultoria com um advogado da área da saúde para saber quais eram os meus direitos e os meus deveres.
Algo que ele falou e me marcou muito é: ‘ninguém quer processar alguém que gosta’. Ou seja, ninguém quer processar alguém que o atendeu bem, foi solícito, sentou e te deu atenção. Então, quanto mais tu conversa e acolhe as queixas dos seus pacientes, mais ele vai confiar em ti”.
Capim: Você recomenda que os dentistas procurem esse tipo de consultoria jurídica?
Dra. Julia Toniolo: ‘’Eu achei muito legal. Eles têm vários tipos de assessoria que prestam, então tu pode procurar um advogado para te ajudar a fazer todos os teus termos de consentimento e serviço (ou pode até comprar os teus termos prontos na internet). Mas, no fim da nossa conversa, eu entendi que a relação que tu tem com o paciente é primordial.
Foi uma coisa que eu recomendaria para todo mundo fazer, eu mesma acho que eu deveria ter feito antes. Não mudei muitas condutas, porque sempre quando alguém me manda uma mensagem, nem precisa ser uma mensagem de trabalho, eu fico nervosa de não estar respondendo. Então eu sempre procurei ter essa conduta com meus pacientes, mas a gente ganha uma clareza do que podemos e não podemos fazer.’
Eu não fiz ainda, mas também quero fazer uma consultoria financeira. Quando iniciamos um consultório, a gente fica o tempo inteiro achando que está cobrando muito. Eu fiz a minha precificação no mês passado e tenho ali tudo direitinho, sei até onde eu posso ir para não ter prejuízo e ter o mínimo de lucro. E mesmo assim a gente passa o tempo inteiro achando que está cobrando muito do paciente. É uma dificuldade que eu tenho e já pensei muito nisso.’’
💡 Dica: se tiver dúvidas, procure uma consultoria de advogados da área da saúde para saber tudo sobre as questões jurídicas e as condutas que devem ser tomadas dentro do consultório para resguardar pais, mães, pacientes e profissionais.
Capim: Sua especialidade em sedação consciente agrega um diferencial para você conseguir compor melhor o seu preço?
Dra. Julia Toniolo: ‘’Demais! Eu tive dois grandes divisores de água. A gente acha que é a especialização, mas não, porque eu já trabalhava com a odontopediatria. Meus dois divisores de água foram a ortopedia [funcional do maxilar] em função de, não só me dar uma frequência maior de pacientes, mas também agregar um valor muito maior de mercado.
E a segunda virada de chave que eu tive foi a sedação, porque eu consigo colocá-la dentro dos meus procedimentos. Ou seja, eu não vendo ela como uma coisa a parte, eu vendo sempre junto dos procedimentos.
Por exemplo, numa restauração minha vai ter a sedação consciente junto, porque ela tem poucas contraindicações e realmente oferece mais conforto e segurança aos pacientes. Os pais querem pagar para os seus filhos terem mais conforto.’’
Capim: Como é o processo de avaliação para o processo de sedação consciente em um paciente?
Dra. Julia Toniolo: ‘’Eu costumo fazer um teste de sedatório quando tenho um pouco de dúvida se o paciente é um bom candidato ou não para esse tipo de sedação. Geralmente, faço esse teste associado a um procedimento simples, como uma profilaxia.
Às vezes, eu faço até um teste da anestesia nessa primeira consulta para ver, mais ou menos, como ele vai responder e se essa resposta é suficiente para o tratamento proposto. Então, por exemplo, têm crianças que vão responder suficientemente bem para fazer uma restauração, mas não para fazer um tratamento de canal.”
💡Dica: nos atendimentos é preciso saber se o procedimento é adequado para o paciente, mesmo sendo um procedimento seguro. Faça uma avaliação completa dele antes de introduzir a sedação consciente no tratamento.
Capim: É comum sedar o paciente, ele sentir dor e você precisar aplicar anestesia local?
Dra. Julia Toniolo: A sedação consciente, não exclui o uso da anestesia local. Ela é para dar conforto e tranquilidade ao paciente. Ela tem um efeito analgésico, mas ela não tem efeito anestésico. Mesmo sedando o paciente desta forma, ainda assim precisa fazer a anestesia local.
Capim: Vemos que, nas suas redes sociais, você posta bastante conteúdo mostrando o uso da sedação consciente, essa presença digital é uma forma de divulgação?
Dra Julia Toniolo: “ É importantíssimo tu ter um Instagram ali bem estruturadinho.
Eu estou começando a investir um pouco mais para deixar o meu Instagram com uma cara mais profissional e com informações que sejam importantes para o meu paciente, porque eu acho que ele pode ser a diferença entre marcar com você e com o outro profissional. Por exemplo, em um grupo de mães, elas indicam odontopediatras umas às outras, e elas vão olhar o Instagram para ver qual ela acha mais adequada. Acho imprescindível hoje ter uma influência digital no Instagram e no Tik Tok que está cada vez mais forte.’’
Capim: Como é o seu público nas redes sociais, são mais mães e pais ou colegas de profissão querendo saber mais sobre a sedação consciente?
Dra Julia Toniolo: “No começo, eu investi bastante no Twitter, meu perfil é @dentistinhabebe. Eu investi muito nele para agregar outros dentistas, então a gente tem um grupo de mais de mil pessoas no WhatsApp que são dentistas ali do Twitter.
Hoje, eu parei de investir nesse perfil como forma de crescer, mas foi muito legal porque eu conheci dentistas de todo Brasil. Eu tenho muitos dentistas no meu Instagram que vêm aprender por causa dessa captação e tinha muitos estudantes que entravam no nosso grupo para aprender e tirar dúvidas.
Uma coisa pela qual os odontopediatras em específico eles se interessam muito é pela ortopedia. A ortopedia está crescendo muito dentro da odontopediatria. Não tem nenhuma menção ali no meu feed, mas eu tenho um Close Friends [no Instagram] só sobre esse assunto, em que os colegas pedem para entrar e eu vou postando sobre os casos que eu tô fazendo e dicas.’’
Capim: Você posta sobre sua vida dentro e fora do consultório, acredita que isso te ajuda a humanizar mais os seus atendimentos?
Dra Julia Toniolo: ‘’Sim, os clientes mais fiéis que eu tenho interagem comigo no Instagram o tempo inteiro nas fotos dos meus cachorros, no que eu faço e no que eu deixo de fazer, nas viagens, nas marmitas que eu faço durante a semana… e assim eles criam um vínculo contigo.
Eu já tentei ter dois separados, um pessoal e um profissional, mas dá muito trabalho ter dois perfis e eu acho que essa humanização [no profissional] é muito legal.’’
Capim: Quais são os seus planos a curto e médio prazo para o próximo ano no desenvolvimento da sua carreira e até das suas redes sociais?
Dra Julia Toniolo: ''Eu comecei o consultório privado tarde, então quero profissionalizar mais como gerencio meu consultório. Administrar melhor coisas que até agora fazia no feeling.
Também quero profissionalizar mais o meu Instagram, e desenvolver a comunidade do meu Close Friends. Esses são os grandes objetivos de 2025, mas o principal deles é profissionalizar a forma como eu gerencio o meu consultório”.
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